Escreve a jornalista do Económico, Cristina Oliveira da Silva que “a crise continua a deixar marcas profundas no mercado de trabalho e o aumento dos despedimentos colectivos é apenas um exemplo disso. Tanto os processos concluídos como os iniciados denotam uma tendência de aumento no número de empresas envolvidas. Nos primeiros sete meses do ano, foram concluídos processos referentes a 308 empresas, uma subida de 82,3% face ao mesmo período do ano passado. Aliás, o ano de 2010 foi caracterizado por dados menos pessimistas, registando descidas homólogas no número de processos. Mas 2011 volta a apontar para um cenário mais negativo. O número de pessoas que perderam o seu posto de trabalho também subiu. Até Julho, foram despedidas 2.689 pessoas, a que acrescem 154 revogações por acordo e 43 envolvidos noutras medidas. Ao todo, houve 2.886 pessoas lançadas no desemprego, mais 33,2% do que no ano passado. Assim se justifica que os 12,5% de taxa de desemprego prevista para este ano - um agravamento face aos 10,8% de 2010 - vão subir para 13,2% em 2012. Arménio Carlos, da CGTP, diz que os números traduzem a "economia do país", mas sugere que também há "algum aproveitamento por parte das entidades patronais", que utilizam a crise como escape para reestruturações profundas, libertando, normalmente, trabalhadores mais velhos. E depois de despedirem estas pessoas, "muitas vezes são admitidos trabalhadores para os mesmos postos, mas com vínculos precários", diz o dirigente da Intersindical. Isto verifica-se muito no sector têxtil, no Minho, por exemplo, diz Arménio Carlos. Os dados da DGERT referem que é em Lisboa e Vale do Tejo e no Norte que se verifica o maior número de empresas e trabalhadores despedidos.
Quase 400 empresas abriram processos
E o futuro também não parece mais animador, diz Arménio Carlos, a julgar pelos anúncios de despedimentos que já foram feitos. A própria DGERT aponta nesse sentido. Até Julho, esta entidade registou a existência de 389 empresas a iniciar processos de despedimento colectivo, com a intenção de libertar 3.847 pessoas. Ainda assim, importa salientar que alguns processos iniciados podem já estar concluídos. Em causa está uma subida de 22,7% no número de empresas mas uma descida de 7,9% no caso de trabalhadores a despedir. Isto significa que as empresas mais pequenas são as mais afectadas. De facto, quase 80% das sociedades envolvidas são micro e pequenas empresas, a julgar pelos dados apresentados. A tendência é a mesma no caso de processos concluídos. Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) nota que muitas grandes empresas já fizeram as suas reestruturações, "o que não quer dizer que não haja mais casos no futuro", salienta. Ainda assim, diz que é natural que estes processos toquem agora "aos mais pequenos". No entanto, recorda que o despedimento colectivo é, muitas vezes, uma solução evitada pelas empresas até porque dá "má imagem". "Mas agora a situação é tão grave que não há outra hipótese", diz. Muitas empresas optam pela revogação por mútuo acordo, se tiverem condições para isso, explica Vieira Lopes. Este ano, nos processos concluídos, registaram-se 154 casos deste tipo, um aumento significativo face aos 58 registados no mesmo período de 2010. Os trabalhadores que perderam o seu posto na sequência de um despedimento colectivo também ajudam a engrossar os números do desemprego que, de acordo com o INE, já atinge 675 mil pessoas. E Vieira Lopes acredita mesmo que o número poderá chegar a um milhão".
Quase 400 empresas abriram processos
E o futuro também não parece mais animador, diz Arménio Carlos, a julgar pelos anúncios de despedimentos que já foram feitos. A própria DGERT aponta nesse sentido. Até Julho, esta entidade registou a existência de 389 empresas a iniciar processos de despedimento colectivo, com a intenção de libertar 3.847 pessoas. Ainda assim, importa salientar que alguns processos iniciados podem já estar concluídos. Em causa está uma subida de 22,7% no número de empresas mas uma descida de 7,9% no caso de trabalhadores a despedir. Isto significa que as empresas mais pequenas são as mais afectadas. De facto, quase 80% das sociedades envolvidas são micro e pequenas empresas, a julgar pelos dados apresentados. A tendência é a mesma no caso de processos concluídos. Vieira Lopes, presidente da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) nota que muitas grandes empresas já fizeram as suas reestruturações, "o que não quer dizer que não haja mais casos no futuro", salienta. Ainda assim, diz que é natural que estes processos toquem agora "aos mais pequenos". No entanto, recorda que o despedimento colectivo é, muitas vezes, uma solução evitada pelas empresas até porque dá "má imagem". "Mas agora a situação é tão grave que não há outra hipótese", diz. Muitas empresas optam pela revogação por mútuo acordo, se tiverem condições para isso, explica Vieira Lopes. Este ano, nos processos concluídos, registaram-se 154 casos deste tipo, um aumento significativo face aos 58 registados no mesmo período de 2010. Os trabalhadores que perderam o seu posto na sequência de um despedimento colectivo também ajudam a engrossar os números do desemprego que, de acordo com o INE, já atinge 675 mil pessoas. E Vieira Lopes acredita mesmo que o número poderá chegar a um milhão".
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