"Não tenho qualquer dúvida que as eleições regionais de 9 de Outubro serão as mais difíceis para o PSD da Madeira. Não se trata de um lugar-comum, nem sequer vou valorizar o facto de que não existe uma oposição credível que ao menos aspire a ser alternativa. Recordo – para que as pessoas percebam o que se passa – que os mesmos dirigentes que perderam as eleições regionais de 2000, de 2004 e de 2007, continuam lá todos, agarrados a lugares, mas são os primeiros a apontar o dedo ao PSD da Madeira. Isto faz-me lembrar – e abro este parênteses - a demagogia sobre as despesas de campanha eleitoral. Pois é! Ou seja, os partidos que se armam em moralistas para iludir os madeirenses, muitas vezes são os que menos moral têm para andarem a vender “gato por lebre”, já que há outras despesas que eles não contabilizam. O mesmo se passa com o famoso “jackpot”, que na realidade é um instrumento de financiamento dos partidos, sem o qual todos eles, repito, todos eles, fechavam a loja e nem actividade política digna de realce seriam capazes de desenvolver. Nenhum partido tem receitas próprias, exceptuando as verbas que recebem do parlamento. Alguns criticam, armam-se em “moralistas” das despesas públicas, mas até hoje não vi nenhum desses partidos ter a iniciativa ou de repor verbas recebidas ou de usá-las por exemplo para apoiar instituições de solidariedade social. Isso pouco importa. Os social-democratas mesmo antes do acto eleitoral sabem que perderão muito eleitorado, já que os 90.339 votos alcançados em Maio de 2007, nas eleições regionais, foram um acaso, que teve como justificação uma realidade existente num determinado momento e que penalizou, como hoje constatamos, a Madeira e os Madeirenses configurando ainda um acto de descarada roubalheira e, mais do que isso, de traição contra a Madeira e o seu Povo. Maximiano Martins, por exemplo, era deputado ao tempo na Assembleia da República, quando foi aprovada uma nova lei de finanças regionais. O que é que esteve subjacente a esta lei de finanças regionais discutida e votada em 2006 e que entrou em vigor em 1 de Janeiro de 2007? A aplicação de um torniquete financeiro á Madeira, a criação de obstáculos financeiros a Alberto João Jardim e ao seu Governo Regional, um ajuste de contas por parte da governação socialista em Lisboa, uma "vendetta" alimentada, aplaudida e estimulada pelos socialistas locais, ou melhor dizendo, por sectores elitistas dos socialistas locais, incluindo sectores "independentes" que comanda o PDS local, a partir do exterior, desde as regionais de 2004, preparando a absurda golpada de assalto ao poder agora consubstanciada.
Mas estas eleições serão as mais difíceis porquê?
Porque a abstenção tem vindo a crescer paulatinamente e precisa de ser travada. Uma responsabilidade que, sendo acrescida do partido maioritário, é contudo alargada a todos os demais partidos que pouco ou nada fazem para dignificar a política. Optam, por um discurso patético, por encenações idiotas, é certo que fazem as pessoas rir, mas não resolvem problemas, insistem na teoria da demagogia facilitista de apresentarem “soluções” para todos os problemas, sem dizerem que são as soluções deles, sistematicamente derrotadas nas urnas. Na realidade não passa disso mesmo, de demagogia pura e simples. Sei, tenho a perfeita consciência disso, que é o instinto de sobrevivência, a disputa por cada voto fundamental para a sobrevivência de alguns partidos. Já repararam as pessoas, na sequência do que referi anteriormente quando falei das questões de financiamento, que sem uma representação parlamentar os partidos desaparecem de cena e deixam de ter espaço nos meios de comunicação social, particularmente na televisão (um assunto que um dia destes desenvolverei, tentando associar o mediatismo que alguns partidos conseguem nos ocs com os votos alcançados, não precisando de grandes despesas). O PTP de Coelho foi há dias protestar junto às instalações de um jornal por alegada censura. Na realidade o deputado em questão estava habituado a um acompanhamento noticioso quando era parlamentar no PND, deslumbrou-se com o espaço que lhe foi concedido nas presidenciais (aliás deslumbrou-se em demasiado com tudo o que aconteceu com essas eleições), mas esquece que a obrigatoriedade dos meios de comunicação e dos jornalistas, em termos de espaço, num período que não é o de campanha eleitoral, deixa de ser o mesmo daquele que reserva aos partidos com representação parlamentar, o quer nada têm a ver com censura. Estamos a falar de tratamento noticioso obviamente diferenciado. É triste? Pois é. É discutível? Aceito. Mas é esta a realidade, e os meios de informação precisam de balizar-se por critérios redactoriais que não se compadecem nem com a amplitude dos decibéis da gritaria nem também pela perspectiva de que estão obrigados a colocar num mesmo nível de cobertura partidos com estatutos e dimensão política e parlamentar diferentes. Aliás, é sabido que há mesmo partidos pequenos, com uma representação parlamentar que nem sede têm, melhor dizendo, nem uma estrutura partidária devidamente organizada têm, limitando-se a utilizar as instalações que o parlamento disponibiliza como epicentro da sua actividade, seja ela parlamentar, seja ela política. Não realizam comícios, não estão obrigados a contactos com os eleitores, limitam-se a ter canais de acesso às redacções e a convocar os jornalistas para as ditas “acções políticas” que muitas vezes são uma triste imagem da política que temos. É tudo muito forçado – há mesmo partidos que mobilizam militantes para estarem presentes nessas acções com direito a almoço e tudo! – já que, regra geral, são mais os dirigentes e militantes dos partidos autores dessas acções políticas, que os jornalistas presentes, na medida em que o povo na verdadeira acepção da palavra, não se vê, não aparece. O objectivo também é uma fotografia nos jornais e 1 ou 2 minutos nos noticiários das rádios e televisões. Está ganho o dia.
Nos próximos dias tentarei justificar, com base nalguns itens que para mim são importantes, porque razão considero que estas eleições regionais de 9 de Outubro para o PSD da Madeira são as mais difíceis de todas. Destacando, por exemplo, a questão da abstenção, o peso do Funchal na estratégia dos partidos e os condicionalismos resultantes da coligação em Lisboa" (LFM - Jornal da Madeira)
Mas estas eleições serão as mais difíceis porquê?
Porque a abstenção tem vindo a crescer paulatinamente e precisa de ser travada. Uma responsabilidade que, sendo acrescida do partido maioritário, é contudo alargada a todos os demais partidos que pouco ou nada fazem para dignificar a política. Optam, por um discurso patético, por encenações idiotas, é certo que fazem as pessoas rir, mas não resolvem problemas, insistem na teoria da demagogia facilitista de apresentarem “soluções” para todos os problemas, sem dizerem que são as soluções deles, sistematicamente derrotadas nas urnas. Na realidade não passa disso mesmo, de demagogia pura e simples. Sei, tenho a perfeita consciência disso, que é o instinto de sobrevivência, a disputa por cada voto fundamental para a sobrevivência de alguns partidos. Já repararam as pessoas, na sequência do que referi anteriormente quando falei das questões de financiamento, que sem uma representação parlamentar os partidos desaparecem de cena e deixam de ter espaço nos meios de comunicação social, particularmente na televisão (um assunto que um dia destes desenvolverei, tentando associar o mediatismo que alguns partidos conseguem nos ocs com os votos alcançados, não precisando de grandes despesas). O PTP de Coelho foi há dias protestar junto às instalações de um jornal por alegada censura. Na realidade o deputado em questão estava habituado a um acompanhamento noticioso quando era parlamentar no PND, deslumbrou-se com o espaço que lhe foi concedido nas presidenciais (aliás deslumbrou-se em demasiado com tudo o que aconteceu com essas eleições), mas esquece que a obrigatoriedade dos meios de comunicação e dos jornalistas, em termos de espaço, num período que não é o de campanha eleitoral, deixa de ser o mesmo daquele que reserva aos partidos com representação parlamentar, o quer nada têm a ver com censura. Estamos a falar de tratamento noticioso obviamente diferenciado. É triste? Pois é. É discutível? Aceito. Mas é esta a realidade, e os meios de informação precisam de balizar-se por critérios redactoriais que não se compadecem nem com a amplitude dos decibéis da gritaria nem também pela perspectiva de que estão obrigados a colocar num mesmo nível de cobertura partidos com estatutos e dimensão política e parlamentar diferentes. Aliás, é sabido que há mesmo partidos pequenos, com uma representação parlamentar que nem sede têm, melhor dizendo, nem uma estrutura partidária devidamente organizada têm, limitando-se a utilizar as instalações que o parlamento disponibiliza como epicentro da sua actividade, seja ela parlamentar, seja ela política. Não realizam comícios, não estão obrigados a contactos com os eleitores, limitam-se a ter canais de acesso às redacções e a convocar os jornalistas para as ditas “acções políticas” que muitas vezes são uma triste imagem da política que temos. É tudo muito forçado – há mesmo partidos que mobilizam militantes para estarem presentes nessas acções com direito a almoço e tudo! – já que, regra geral, são mais os dirigentes e militantes dos partidos autores dessas acções políticas, que os jornalistas presentes, na medida em que o povo na verdadeira acepção da palavra, não se vê, não aparece. O objectivo também é uma fotografia nos jornais e 1 ou 2 minutos nos noticiários das rádios e televisões. Está ganho o dia.
Nos próximos dias tentarei justificar, com base nalguns itens que para mim são importantes, porque razão considero que estas eleições regionais de 9 de Outubro para o PSD da Madeira são as mais difíceis de todas. Destacando, por exemplo, a questão da abstenção, o peso do Funchal na estratégia dos partidos e os condicionalismos resultantes da coligação em Lisboa" (LFM - Jornal da Madeira)
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