quarta-feira, abril 20, 2011

Troika’ prevê recessão mais profunda que o Executivo...

Escreve o jornalista do Económico, Francisco Teixeira que "peritos do BCE, Comissão e FMI reuniram-se ontem com PSD e CDS. A ‘troika’ trabalha com cenário macro-económico mais pessimista do que o do Governo. A ‘troika' de peritos do BCE, Comissão e FMI que está a avaliar ao pormenor o estado das contas públicas trabalha, ao que o Diário Económico apurou, com um cenário macro-económico mais pessimista do que o apresentado pelo Governo quando entregou, no Parlamento, o PEC IV. A última previsão de Teixeira dos Santos apontava para uma recessão de 0,9% do PIB, ainda assim, abaixo da previsão do Banco de Portugal (1,4%) e do FMI (1,5%). Os encontros de ontem foram os primeiros que colocaram frente a frente entre os técnicos internacionais e os dois únicos partidos da oposição que mostraram disponibilidade para estar ao lado do Governo na assinatura de um resgate financeiro. A manhã começou num encontro, na sede do PSD, com Eduardo Catroga, Abel Mateus, Orlando Carriço e Carlos Moedas. Não foram prestadas declarações, nem à entrada nem à saída, mas, mais tarde, Pedro Passos Coelho confirmou que se tratou de "uma primeira fase" destinada a "perceber qual é a situação portuguesa". O PSD fez questão de sublinhar à ‘troika' as exigências de já enviou, por carta, a Sócrates: só aceita negociar com o FMI e com as autoridades europeias mediante um pormenorizado retrato das contas públicas. São dois os princípios em que se baseará o maior partido da oposição: "Transferir o esforço de austeridade para o lado do Estado" e "apostar na economia". Do lado do CDS, Paulo Portas continua a reforçar a ideia de que "existem limites constitucionais" que decorrem "de haver um Governo de gestão". Daí, insistiu ontem Portas, "deve haver margem de manobra" para que o Governo saído das eleições decida parte das medidas que serão impostas. "Há uma eleição em que os portugueses vão fazer uma escolha no próximo dia 5 de Junho e ainda que a nossa margem de manobra não seja maior, é preciso resguardar quer esses poderes, quer essa escolha por parte do soberano que é o povo português". A tese defendida por Portas contava anteriormente com o apoio público de Cavaco Silva e de Passos Coelho mas todas as autoridades europeias têm recusado a sua aplicação. Perante a confirmação de que Portugal ficará sem dinheiro no final de Maio, o resgate terá de ser assinado a 16 de Maio, a seis dias do arranque da campanha eleitoral. Os peritos encontram-se em Portugal há uma semana mas só depois de uma primeira ronda de conversas com o Governo, oposição e parceiros sociais é que avançaram com a discussão de medidas concretas. O que só deverá acontecer na próxima semana, já depois da Páscoa. Até agora não está prevista nenhuma reunião com o Presidente da República que, já o disse, não tem competências nem técnicas nem constitucionais para acompanhar as negociações".

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