Diz o Económico que "uma esmagadora maioria de portugueses (86%) critica a actuação do Governo e do Presidente durante a crise e pede uma solução política estável. A esmagadora maioria dos portugueses considera que o Governo deveria ter reagido mais cedo à pressão insustentável dos mercados financeiros e que o Presidente da República deveria ter sido mais activo ao longo da actual crise financeira. Em ambos os casos, 86% dos portugueses inquiridos pela Marktest dão nota negativa ao comportamento de Sócrates e Cavaco Silva. Este estudo qualitativo realizado para o Diário Económico e TSF retrata o actual momento que o País atravessa e aponta as soluções políticas que devem sair das próximas eleições. Entre as personalidades com responsabilidades políticas em Portugal, o primeiro-ministro é apontado como o principal responsável (65%) pela actual crise. E ao contrário do que ainda hoje garante o líder socialista, o PEC IV apresentado pelo Governo não era solução: 67% dos inquiridos garante mesmo que não evitaria um pedido de ajuda externa caso a oposição, a 23 de Março, tivesse viabilizado a actualização do Programa de Estabilidade e Crescimento que o Governo colocou a votos no Parlamento. O trabalho de campo desta sondagem foi realizado entre os dias 11 e 13 de Abril, nos três dias que se seguiram ao congresso de Matosinhos do Partido Socialista, e demonstra que os portugueses apesar de tudo fazem uma diferenciação entre a debilidade a que o País chegou e o momento em que decidiu pedir um resgate financeiro. Apenas 10% responsabilizam Pedro Passos Coelho pela actual crise mas 24% apontam o dedo ao líder do PSD no que diz respeito ao pedido de ajuda internacional. Apesar de nunca ter participado em nenhum Governo. Por outro lado, 65% dos inquiridos acreditam que Sócrates é responsável pela crise, face aos 48% que lhe atribuem responsabilidades pelo resgate que pediu ao FMI e ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira a 7 de Abril. Só 4% dos inquiridos asseguram que o Governo socialista não teve nenhuma responsabilidade no actual momento do País. Cavaco Silva que ainda anteontem justificava a sua falta de actuação "mediática" pelo momento que Portugal atravessa também não sai incólume desta avaliação: 11% dos portugueses dizem que o Presidente da República é responsável pela crise, 10% pelo resgate financeiro (valores relativamente baixos), mas 86% dos inquiridos garantem que Cavaco Silva deveria ter sido mais activo. Apenas 11% dos inquiridos se revêem na actuação do Chefe de Estado ao longo da actual crise. Numa altura em que as equipas técnicas do BCE, FMI e da Comissão Europeia continuam a passar a pente fino as contas públicas portuguesas e a ouvir partidos políticos e parceiros sociais, deste estudo de opinião ficam ainda duas ideias. Uma escassa responsabilização da União Europeia tendo em conta que apenas 36% dos inquiridos diz que a falta de apoio de Bruxelas tem "muita responsabilidade" pelo agravar das contas públicas - 45% diz, precisamente, o contrário. Por outro lado, os especuladores (66%), agências de ‘rating' (59%) e a crise internacional (54%) tiveram "muita responsabilidade" pelo estado a que chegou Portugal.
PEC IV não evitava resgate financeiro
Ao contrário do que defende o primeiro-ministro, os portugueses não acreditam que caso o PEC IV tivesse sido aprovado pelo Parlamento Portugal teria evitado um resgate financeiro. Apenas dois em cada dez portugueses estão ao lado de Sócrates, tendo em conta que 67% dos inquiridos pela Markest acredita que as medidas apresentadas por Teixeira dos Santos, a 11 de Março, não seriam suficientes para evitar um pedido de ajuda internacional".
PEC IV não evitava resgate financeiro
Ao contrário do que defende o primeiro-ministro, os portugueses não acreditam que caso o PEC IV tivesse sido aprovado pelo Parlamento Portugal teria evitado um resgate financeiro. Apenas dois em cada dez portugueses estão ao lado de Sócrates, tendo em conta que 67% dos inquiridos pela Markest acredita que as medidas apresentadas por Teixeira dos Santos, a 11 de Março, não seriam suficientes para evitar um pedido de ajuda internacional".
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