Li no Publico que "ligar as pensões de reforma à esperança de vida, como é o caso de Portugal, Alemanha ou Finlândia, aumenta o risco de pobreza entre os mais idosos, conclui a OCDE. A opção de Portugal por este mecanismo automático surgiu em 2006, para evitar os efeitos de um agravamento das contas da Segurança Social, fruto da subida dos gastos com pensões. Nessa altura, foi decidido antecipar as medidas previstas apenas para 2017 (consideração da carreira contributiva completa para obtenção da pensão total) e introdução de um factor de sustentabilidade. O factor é igual ao índice de esperança de vida em 2006, estimado pelo INE, e o que for estimado no ano de reforma do beneficiário, ou seja, quanto maior for no futuro a esperança de vida, menor será a pensão. Em 2006, o Governo escamoteou os impactos da reforma nas pensões, mas a OCDE calculou que por volta de 2040 as pensões sofreriam um corte superior a 40 por cento. Num dos capítulos do relatório de 2011, ontem libertado, os peritos da OCDE olham para os esquemas que ligam - em diferentes formas - a esperança de vida à pensão, como há em 20 dos 34 países da OCDE. Sobretudo, dado que o peso da população mais velha subirá até 2030. O relatório considera-o uma forma de dividir entre gerações os custos sociais e aumentar a sustentabilidade do sistema. Mas que tem riscos. "A questão é particularmente relevante para os trabalhadores de baixos rendimentos", refere. "Cortar os já baixos benefícios à medida que sobe a esperança de vida agrava o risco de pobreza nos mais velhos." Por outro lado, "a análise mostrou que os baixos rendimentos no Chile, Finlândia, México, Noruega, Portugal e Suécia estão protegidos por uma rede de benefícios", o que poderá reduzir as poupanças conseguidas com a redução das pensões - ou seja, "deve haver limites" à ligação entre a esperança de vida e as pensões”.
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