Escreve a jornalista do Jornal de Negócios, Elizabete Miranda que "o ajustamento português vai ser doloroso. Não há garantias de que funcione, mas não há alternativa. O BCE não tem lições a retirar da crise de dívida, os governos sim. Quem reestruturar a dívida, passados dois anos, "volta a bater outra vez contra a parede". São as linhas mestras do pensamento do alemão Jurgen Stark, um dos mais influentes economistas do BCE, em entrevista ao "Público".Portugal vai ser sujeito a um ajustamento doloroso e, mesmo não havendo certezas de que o programa de austeridade funcione, não nos resta alternativa senão fazer o que nos é pedido. Isto, se o País quiser aceder à ajuda externa. A mensagem, lapidar, é de Jurgen Stark, membro do Conselho Executivo do BCE, numa entrevista que hoje dá ao jornal “Público”, onde também diz que não cabe ao BCE tirar lições da crise de dívida soberana. Quando questionado sobre o sentido de oportunidade de estar a pedir ajustamentos draconianos aos países, numa altura em que o crescimento está a perder fôlego, e estão a ser alvo de forte pressão por parte dos mercados, Jurgen Stark responde que “ninguém força os países a fazer nada”. E que foi Portugal quem bateu à porta das instituições europeias e do FMI a pedir ajuda. “O que está agora a ser discutido no caso de Portugal é o resultado de um pedido das autoridades portuguesas”. Stark não tem garantias de que os planos de austeridade funcionem a médio prazo, mas sempre vai sublinhando que ou Portugal se entrega a eles, ou fica de mãos vazias. “Qual é a alternativa? Portugal já tem, neste momento, um elevado premio de risco quando tenta recorrer ao mercado. Portanto, existe a ameaça de, sem reformas, sem consolidação orçamental e sem o apoio da comunidade europeia e internacional, Portugal deixar de aceder aos mercados de capitais. Então, qual é a alternativa? Esta é a única saída e é, reconheço, dolorosa”. O objectivo central de qualquer programa de ajustamento é, segundo Jurgen Stark, recuperar a confiança dos mercados. É isso que se pede aos países que façam durante o período em que a ajuda dura. “Não é momento para estar a ponderar quaisquer mudanças nos programas ou não sua duração. Isso tem de ser ponderado quando chegar a altura”.
Reestruturar não é solução
Em contraciclo com diversos economistas e com declarações de membros do próprio Governo alemão, Jurgen Stark afasta liminarmente a hipótese de uma reestruturação de dívida na Zona Euro, nomeadamente na Grécia, onde a questão se coloca com maior premência.“A reestruturação de dívida é extremamente penalizadora para os próprios países. Se eles considerassem essa possibilidade, teriam de pagar, no futuro, um risco de premio ainda maior. Haveria também um impacto no sector bancário do país, que é o detentor de uma parte significativa da dívida pública emitida”. Stark está, aliás, convencido de que “se fizerem uma reestruturação de dívida”, passados dois anos, “baterão outra vez contra a parede”, garante.
BCE não tem de tirar lições da crise
À pergunta sobre quais as lições que o BCE retirou da crise de dívidas soberanas, Stark responde que “essas têm de ser retiradas pelos Governos”. Se estes tivessem ouvido o BCE, não se teria caído nesta situação, sugere implicitamente. Flexibilização do pacto de estabilidade, em 2005, e falta de ajustamentos ao nível dos custos unitários de trabalho, défices externos e governação económica do euro estão entre as causas da desgovernação dos países da zona euro.
Saúde económica de um país, só depende do próprio
Para Stark, a “a solidez das finanças públicas e a robustez da economia” de um país, depende só dele: “Não estão dependentes de ninguém no exterior. O Governo e o sector empresarial são responsáveis pelo bom funcionamento da economia”, argumenta".
Reestruturar não é solução
Em contraciclo com diversos economistas e com declarações de membros do próprio Governo alemão, Jurgen Stark afasta liminarmente a hipótese de uma reestruturação de dívida na Zona Euro, nomeadamente na Grécia, onde a questão se coloca com maior premência.“A reestruturação de dívida é extremamente penalizadora para os próprios países. Se eles considerassem essa possibilidade, teriam de pagar, no futuro, um risco de premio ainda maior. Haveria também um impacto no sector bancário do país, que é o detentor de uma parte significativa da dívida pública emitida”. Stark está, aliás, convencido de que “se fizerem uma reestruturação de dívida”, passados dois anos, “baterão outra vez contra a parede”, garante.
BCE não tem de tirar lições da crise
À pergunta sobre quais as lições que o BCE retirou da crise de dívidas soberanas, Stark responde que “essas têm de ser retiradas pelos Governos”. Se estes tivessem ouvido o BCE, não se teria caído nesta situação, sugere implicitamente. Flexibilização do pacto de estabilidade, em 2005, e falta de ajustamentos ao nível dos custos unitários de trabalho, défices externos e governação económica do euro estão entre as causas da desgovernação dos países da zona euro.
Saúde económica de um país, só depende do próprio
Para Stark, a “a solidez das finanças públicas e a robustez da economia” de um país, depende só dele: “Não estão dependentes de ninguém no exterior. O Governo e o sector empresarial são responsáveis pelo bom funcionamento da economia”, argumenta".
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