Será que já estamos mesmo falidos?
Diz o Correio da Manhã num texto dos jornalistas Miguel Alexandre Ganhão e António Sérgio Azenha, “o Estado português só tem dinheiro para honrar os seus compromissos até Abril. No próximo dia 15 vence-se um empréstimo de 4,4 mil milhões de euros de Obrigações do Tesouro a 10 anos (capital + juros). Para pagar este empréstimo ainda faltam aos cofres nacionais cerca de dois mil milhões. Mas o cenário agrava--se dois meses depois. A 15 de Junho são mais 4,9 mil milhões que é preciso pagar, a que acrescem, segundo a Bloomberg, mais 254 milhões em juros. E para este empréstimo não existe dinheiro nenhum. A estes compromissos financeiros de curto prazo é preciso ainda somar os ordenados dos funcionários públicos e o seu subsídio de férias, que exigem dos cofres do Estado mais dois mil milhões de euros. Mas ainda este ano, é preciso saldar um empréstimo de 300 milhões de euros da Refer, a empresa pública que gere as infra-estruturas ferroviárias, e um empréstimo de 75 milhões contraído pela CP. Com os juros das Obrigações a cinco anos nos 8,3% e a 10 anos nos 7,8, é cada vez mais inevitável o pedido de ajuda à União Europeia (UE). Ontem mesmo, o presidente do Eurogrupo, Jean-Claude Junker, afirmou, em entrevista, que "não se pode excluir um resgate de Portugal" e que "75 mil milhões de euros" será um valor adequado para ajudar o nosso país. De acordo com especialistas do Banco Carregosa, os juros que Portugal teria de pagar por este resgate seriam fixados nos 5,6%, muito mais favoráveis do que as actuais taxas que o mercado exige para a dívida nacional. Com a demissão de José Sócrates agravaram-se, ainda mais, as condições de financiamento nacionais. A agência de rating Fitch cortou em dois níveis a classificação de risco da dívida portuguesa, ao passar de A+ para A-, um patamar acima da classificação dos países com risco de incumprimento. Para aquela agência financeira o pedido de ajuda externa deve acontecer "nos próximos dois meses", coincidindo precisamente com a falta de dinheiro nos cofres nacionais”.
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