terça-feira, novembro 23, 2010

Alberto João Jardim: "É necessário transformar o situacionismo em que afogam o Povo português"

"A «classe política» de Lisboa pode andar às voltas como quiser. Voltas que estão a custar cada vez mais aos Portugueses – e que de maneira dolorosa crescente! – mas que, para salvar o Sistema deles, indecentemente não vão ao que é preciso fazer. É necessário transformar o situacionismo em que afogam o Povo português, numa recuperação económica.
Precisamente porque é necessário criar mais Emprego, único processo de inverter a trágica situação social para que Portugal está a ser arrastado.
A situação social é prioritária, pois são as condições de vida que dão dignidade às Pessoas.
Mas, para inverter o presente estado de coisas, é necessário coragem e patriotismo para nova legislação constitucional e ordinária.
O Estado, para responder aos Direitos legítimos dos Cidadãos, tem que ter leis decentes e eficazes, não pode estar preso de teimosias situacionistas cegas da «classe política», nem à mercê de interesses que não são os do Bem Comum.
São precisas leis para maior Produtividade.
São precisas leis para a adequada Competitividade da Economia portuguesa.
São precisas leis que apoiem a produção de bens e serviços externamente transacionáveis, sectores com valor exterior, e não de protecção à produção de bens e serviços não-exportáveis, protecção ao sabor de interesses financeiros que não coincidem com o Bem Comum do Povo português.
É também necessária uma outra capacidade de negociação política externa, que não ceda, em fatalismo, às pressões estrangeiras.
Em suma, um Estado democrático forte, com retoma da imprescindível Consciência Nacional, que faça o que é imperativo fazer no plano da legislação interna e da actuação externa.
Consciência Nacional implica tomar já as medidas que se impõem, em vez de desastradamente andar a dizer coisas num dia, outras diferentes no dia seguinte, a par de sugestões fantasiosas que apenas pretendem prolongar uma agonia moribunda. O que, tudo isto, ainda muito mais ajuda a perder credibilidade interna e externa.
Produtividade, Competitividade e Emprego.
Desta fórmula é impossível sair, se de facto o Estado quiser perceber que a situação social dos Portugueses é a prioridade das prioridades.
O resto é conversa.
A reforma do Estado é absolutamente urgente. Incide na eliminação da despesa com o funcionamento de centenas de Serviços dispensáveis e, sem despedimento dos Trabalhadores da Função Pública, na sua recolocação ajustada.
Não se reforma à custa do Emprego.
E só merecem a Situação a que chegámos, aqueles irresponsáveis que continuam a acreditar ser possível gastar mais do que produzem. Que continuam a acreditar não ser necessário trabalhar e produzir mais. Que continuam a acreditar numa Situação que lhes mentiu, ao dizer que podiam viver à custa do Estado.
E se o resto é conversa, então é aflitivamente tempo de não irmos em mais conversas
".
(crónica de Alberto João Jardim na rubrica "Palavras Assinadas" da TVI24)

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