quarta-feira, janeiro 13, 2010

Jornalismo: jornal norueguês volta a publicar cartoons de Maomé

Segundo o Publico, "populistas dinamarqueses pedem alteração da lei de imigração para facilitar a expulsão de suspeitos de ligações a organizações extremistas. O principal jornal de referência norueguês voltou a publicar algumas das controversas caricaturas de Maomé, uma semana depois da tentativa de assassinato de Kurt Westergaard, o cartoonista dinamarquês autor do mais polémico dos desenhos. O ataque, atribuído a um somali suspeito de pertencer a um grupo com ligações à Al-Qaeda, reabriu o debate sobre a imigração na Dinamarca. O Aftenposten ilustra um artigo sobre o cartoonista - levado novamente para um local seguro - com seis das 12 caricaturas encomendadas, em Setembro de 2005, pelo dinamarquês Jyllands-Posten e que viriam a desencadear uma vaga de protestos nos países muçulmanos depois de terem sido reproduzidas por outras publicações. Os cartoons foram considerados ofensivos, em especial o desenhado por Westergaard, que retrata o Profeta com um turbante em forma de bomba. "Temos um processo na Dinamarca ligado a esta grave agressão. Parece-nos, por isso, natural e justificado republicar a obra artística e jornalística que está obviamente na origem deste gesto violento", explicou Hilde Haugsgjerd, a redactora-chefe, na edição de ontem do Aftenposten. O jornal tinha já reproduzido as imagens em 2005, mas absteve-se de o fazer no auge da polémica, no Verão de 2006, quando, por toda a Europa, vários jornais se solidarizaram com o Jyllands-Posten e o seu cartoonista. Nos Estados Unidos, uma agência de notícias cristã decidiu também solidarizar-se com Westergaard e distribuir gratuitamente as caricaturas pelos seus clientes. A Christian Newswire foi a única agência americana a publicar os cartoons em 2006 e o seu director explica que, ao fazê-lo novamente, mostra "que não se deixa intimidar" pelas ameaças. Na Dinamarca, os serviços de segurança e espionagem (PET) estão a ser acusados de terem ignorado pistas que apontavam para a radicalização de Muhadiin Mohamed Geele, o refugiado somali que, no dia de Ano Novo, invadiu a casa de Westergaard com um machado e uma faca. Sabe-se agora que Geele, de 28 anos, foi detido no Verão passado em Nairobi e que a polícia queniana avisou o PET das supostas ligações do somali a um grupo que estaria a planear atentados no país. A secreta dinamarquesa admitiu, no próprio dia do ataque, que o jovem tinha "laços próximos" com a Al-Shabab, milícia islamista somali suspeita de ligações à Al-Qaeda. Denúncias que levaram os populistas do DPP a exigir alterações à lei de imigração (já considerada uma das mais restritivas da Europa) para facilitar a expulsão de extremistas. "Devemos deixar claro que o nosso país não vai tolerar islamistas ligados a grupos de terroristas", sublinhou Pia Kjaersgaard, líder daquele que é já o terceiro maior partido dinamarquês, citada pelo New York Times".

Sem comentários:

Enviar um comentário