sábado, janeiro 16, 2010

Futebol: Ruben Michael em destaque

Com o título "Ruben Micael: ser bom e madeirense é meio caminho para Alvalade", o Jornal I num texto do jornalista Bruno Roseiro, em pleno dia do jogo Sporting-Nacional, dedica destaque ao jogador madeirense: "Rui Alves, presidente do Nacional, vai sentar-se hoje na tribuna presidencial de Alvalade, a casa do Sporting, encerrando de vez a longa guerra entre os dois clubes. Os desvios à última hora de Adriano e Paulo Assunção para o FC Porto estão ultrapassados, a qualificação dos leões como um "mero rival" dos insulares foi perdoada, as acusações aos "lagartos, que são sensíveis, muito viscosos e não podem ser tocados" foram esquecidas. O cachimbo da paz pode ser fumado durante o jogo (por Bettencourt na versão cigarro, por Rui Alves na figura do charuto) com mais um contrato pelo meio: o de Ruben Micael. O jogador português extra-grandes mais apetecido da Liga vai estar sob os holofotes durante o jogo que opõe os dois clubes. Jogo é pouco, será uma cimeira. Mesmo que Micael não chegue a Alvalade em Janeiro, o Sporting quer assegurá-lo para 2010/11 e prevenir novo desvio para o FCP. Os leões, que recusaram propostas por Izmailov, parecem mesmo assim ter munições para atacar o médio criativo. Mas o mercado inglês também está de olho no número 14 madeirense - e as libras costumam falar mais alto neste tipo de braços-de-ferro.
A HISTÓRIA
Afinal, se é bom jogador e madeirense, tem Alvalade como destino traçado. Foi assim com Manuel Passos, Carlos Jorge, Cristiano Ronaldo ou Danny. Só não houve mais casos por uma Pinga de infelicidade. A história começou em 1927: João Correia, mais conhecido como Abelhinha, foi o primeiro madeirense a actuar no continente. Nas nove épocas no Sporting fez 136 jogos, conquistou seis campeonatos de Lisboa e ganhou dois de Portugal. Três anos depois, a nódoa que suja o percurso quase imaculado. Em forma de Pinga: o interior esquerdo do Marítimo, "talvez o maior talento do nosso futebol, fulgurantíssimo e genial", como escreveu Cândido de Oliveira em 1945, acabou por transferir-se para o FC Porto. E o Sporting, mesmo reconhecendo o potencial do esquerdino, a ver. Mas a história não ficou por aqui - Joseph Szabo, o treinador húngaro que apostou em Pinga nos dragões, acabou por ser contratado pelos leões em 1936 (o desejado Pinga ficou na Invicta) e escrever páginas de conquistas que mais nenhum treinador voltou a repetir de verde-e-branco. No final da década de 40 chegou a Lisboa mais uma pérola do Atlântico. Passos não tinha o talento de Pinga, mas tornou-se num dos símbolos do Sporting nos anos 50 (assumiu até a braçadeira de capitão). Central, foi 17 vezes internacional, disputou 226 jogos pelos lisboetas e conquistou cinco campeonatos em nove temporadas.
O PASSADO RECENTE
Paiva, médio que alinhava no Marítimo em 1993, esteve quase a dar sequência ao filão mas, à última hora, acabou por ser desviado para a Luz (e nunca fez um jogo pelo Benfica). OK, não há problema - já havia um madeirense no plantel. Carlos Jorge, central que também actuava no Marítimo e se destacava pelo pontapé-canhão, foi aposta de Robson em 1992. Nos últimos anos chegaram os melhores talentos: Cristiano Ronaldo, ex-jogador do Nacional que viria a ganhar o título de melhor do mundo (e não custou nada ao Sporting, porque os alvinegros tinham uma dívida pendente), e Danny, o talento que veio para a Alvalade como promessa, saiu como desilusão mas já rendeu 30 milhões de euros ao Dínamo de Moscovo. Micael pode ser o próximo e entrar nas contas de Carlos Carvalhal um bracarense que veio do Marítimo".

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