terça-feira, setembro 01, 2009

Tabaco de produção açoriana em vias de extinção...

Segundo o Correio dos Açores, num texto de Marco Sousa, "os incentivos a outras cultivações e as restrições à produção dessa planta na Europa, por parte da Comunidade Económica Europeia, têm feito diminuir o cultivo do tabaco nos Açores, realidade, actualmente quase restrita à Ilha de São Miguel. A Região já foi em tempos uma das zonas onde a produção de tabaco de qualidade foi reconhecida internacionalmente. Os incentivos a outras cultivações e as restrições à produção dessa planta na Europa, por parte da Comunidade Económica Europeia, têm feito diminuir o cultivo do tabaco nos Açores, realidade, actualmente quase restrita à Ilha de São Miguel. Por exemplo, a Fábrica de Tabaco Micaelense, ligada à Tabaqueira, já não produz tabaco cultivado na Região. Segundo o Presidente do Conselho de Administração da Fábrica de Tabaco Micaelense, “há muitos anos que se deixou de produzir tabaco em São Miguel em quantidades suficientes para satisfazer as necessidades da fábrica. Mas, esta realidade tem, também, a ver com as características necessárias para melhorar o aroma dos cigarros ou dos charutos. Hoje em dia, por exemplo, já não se fazem cigarros só com o tabaco Burley. Não é só uma questão de haver, ou não, incentivos à produção do tabaco. As exigências aumentaram e um só tipo de tabaco não dá para compor um bom cigarro ou um bom charuto. Isto é um pouco como o café, onde há compras de vários lotes e acaba sempre por haver mistura”, acrescentou Mário Fortuna, que destacou ainda que “apesar da actual conjuntura económica desfavorável, a laboração da fábrica segue a sua rota rumo à normalidade”. O cenário é diferente na Fábrica de Tabaco Estrela, que continua a produzir com tabaco local, mediante contrato realizado, anualmente, com os agricultores, que em termos de quantidade representa, à volta de 100 mil quilos. Anualmente, a FTE produz 400 mil quilos de tabaco, o que significa que 25% dessa produção é regional. O Chefe de Produção da FTE realçou “que os cigarros, hoje em dia, são produzidos através da mistura de vários tipos de tabaco, nomeadamente o tabaco Virgínia, Burley e Oriental. O Burley é plantado nos Açores, o Oriental vem da Grécia e o Virginia vem do Brasil e do Zimbabué”. Quanto à qualidade do tabaco que é produzido na Região, o Burley, Peter Healion não tem dúvidas que é excelente. “Faz parte da nossa receita, e é como lhe disse, temos três lotes de tabaco, e um deles é o Burley, de grande qualidade”. A produção do tabaco funciona mediante o sistema de quotas. A Região tem uma quota de produção que não pode ser ultrapassada, porque se trata de uma agricultura subsidiada e um eventual aumento das quotas iriam encarecer os custos. Acrescente-se, que a colheita deste ano será a última a ser subsidiada pela Comunidade Económica Europeia, mas o POSEIMA continuará até 2011".

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