Li aqui, num texto da jornalista Ana Brito, que "a agência de notação diz que a crise económica vai continuar a deteriorar a qualidade dos activos dos bancos e a pressionar a sua rentabilidade A agência de notação financeira Moody's publicou ontem um relatório em que reduziu o rating de solidez financeira de sete bancos portugueses, entre eles a Caixa Geral de Depósitos (CGD). "Embora a maioria dos bancos tenha reforçado o capital ou esteja em vias de o fazer", a Moody's considera que, em alguns casos, isso "poderá não ser suficiente para absorver as perdas decorrentes das carteiras de crédito". Além do banco público, também BES (e o ESFG, grupo que o controla), BCP, Montepio, BPI, Santander e Banif viram revistas em baixa as suas notações de solidez financeira. Porém, nos casos de CGD, BES, BCP e Montepio, a Moody's foi ainda mais longe e reduziu também a notação de divida sénior e de depósitos. Já BPI, Banif e Santander viram estes ratings confirmados. Os baixos níveis de rentabilidade e a deterioração da qualidade dos activos da banca portuguesa num ambiente de forte contracção económica foram algumas das apreciações da Moody's que serviram de base às revisões. No caso da CGD, a agência destaca ainda as dificuldades acrescidas do banco público, dado o seu papel na revitalização da economia. De realçar que, à excepção do BES (e do ESFG), a todos os bancos é atribuída uma tendência de evolução dos ratings negativa. Os ratings são classificações que medem a capacidade que uma entidade tem de assegurar os seus compromissos financeiros. Por isso, quanto mais baixos forem, maior é o risco de incumprimento dessa entidade e mais caro se lhe torna financiar-se no mercado. Com as revisões anunciadas ontem, a Moody's deu por concluída "a análise com vista a possíveis descidas" dos vários bancos portugueses que tinha sido iniciada no princípio de Abril. Um procedimento semelhante ao verificado recentemente em Espanha, onde foram revistas (entre Junho e Julho) as classificações de 27 instituições financeiras. No relatório de ontem, a agência recorda que os indicadores macro-económicos foram revistos em baixa quer pelo Banco de Portugal, quer pelo FMI, que agora antecipam contracções do PIB de 3,5 e 4,0 por cento, respectivamente. E diz "prever um aumento do incumprimento." A "severa contracção das exportações e aumento do desemprego, a continuarem, vão afectar adversamente a qualidade dos activos dos bancos", reforça a agência"
Sem comentários:
Enviar um comentário