Antes que seja tarde

Alberto João Jardim tem razão: a vitória do PSD nas europeias não é motivo de grandes euforias. Ela tem um efeito anímico, pode voltar a mobilizar as pessoas e voltar a dar-lhes confiança. Mas nada de euforias. Aliás, e a propósito, eu não entendo a utilidade e a lógica de se perder tempo sequer a fazer projecções destes resultados para outras eleições – caso das regionais, por exemplo – não só devido a um nunca visto nível tão elevado de abstenções como as que agora se registaram, mas porque houve partidos que nem concorreram.

As eleições autárquicas são uma excelente oportunidade para limpar certos crápulas que se aproveitarem de lugares e de funções para trabalharem em seu próprio benefício. E nem sequer falo das primeiras linhas do protagonismo político. Falo de segundas linhas, igualmente eleitas, que deveriam ser objecto de uma generalizada vassourada, porque não fazem falta nenhum, ofendem a dignidade na política e prejudicam o PSD da Madeira. É a componente mais porca de uma política regional que começa a precisar de coragem para que se faça a tempo o que a seu tempo vai acontecer. Passadas as europeias, comecemos a pensar a sério no que por aí anda. Antes que seja tarde.