sexta-feira, maio 15, 2009

Uma visita a pensar em Outubro

Continuo a pensar, até prova em contrário – e veja os indicadores hoje divulgados sobre o agravamento da crise bem como a sondagem do Correio da Manhã com os socialistas em queda – que a deslocação de Sócrates à Madeira teve a ver com as eleições legislativas de Outubro, concretamente com um cenário – que até pode ocorrer – dos socialistas conseguirem uma maioria absoluta parlamentar com os deputados do PSD da Madeira e dos Açores, caso os social-democratas não vençam as eleições, porque neste caso, tudo se alteraria. As ser assim o PS evitava ter que ceder à sua esquerda, mas sobretudo ter que ceder às exigências que tanto PC como Bloco de Esquerda sistematicamente colocam. No entanto, há que dizê-lo, no caso da Madeira o assunto não se coloca, nunca sequer foi debatido, porque tudo depende em primeiro lugar do desfecho eleitoral. Além disso, uma última palavra caberia sempre ao líder do PSD madeirense que repetidamente tem afirmado - e os deputados madeirenses já votaram em S.Bento, por diversas vezes, de forma diferente dos seus pares continentais e mesmo açorianos – que em primeiro lugar está a defesa da Madeira e dos seus interesse se só depois os interesses do PSD. Alberto João Jardim mostrava-se hoje, no final da visita, crente de que terão sido dados alguns passos. Sinceramente não me parece. Julgo que os resultados do PS nas europeias poderão ser determinantes para podermos confirmar, entre Julho e Outubro, se realmente a situação de inexistência de relações institucionais entre o Estrado e a região, será ultrapassada ou se tudo continuará na mesma como suspeito. Por isso esta visita terá sido uma primeira iniciativa, uma espécie de operação de charme junto das opinião pública, explicando-se deste modo a reacção por parte de partidos da oposição que apostavam no isolamento do PS, no seu desgaste eleitoral e, por via disso, na possibilidade de beneficiarem com a fuga de eleitores dos socialistas.

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