Li no Correio dos Açores que "o chefe de redacção da RTP/Açores, Victor Alves, anunciou ontem que vai processar o líder regional do PCP e a subcomissão de Trabalhadores da estação pública no arquipélago por alegadamente lançarem na opinião pública "falsas suspeitas". Victor Alves adiantou à agência Lusa que vai recorrer ao tribunal para se defender de "falsas suspeitas" relativas a alegadas pressões políticas na informação e alinhamentos noticiosos da RTP/Açores e de um claro "ataque pessoal". A polémica estalou depois do líder regional do PCP/Açores, Aníbal Pires, ter alertado para o facto da "qualidade da democracia açoriana e dignidade dos profissionais" da televisão pública no arquipélago terem "sofrido graves atentados", acusando o Governo Regional de "tentar alterar alinhamentos e conteúdos noticiosos". A 19 de Janeiro, o Governo Regional reagiu, classificando as afirmações do dirigente comunista de "desrespeitadoras das instituições, das pessoas e uma falsidade". Também a subcomissão de Trabalhadores da RTP/Açores se pronunciou, esta semana, sobre "uma série de eventos que abalam a estabilidade e prestígio" da empresa, nomeadamente a "cascata de demissões" entre a equipa directiva, os dados que comprovam a existência de "uma atitude de pressão arrogante e prepotente" do Executivo na estação televisiva e a criação de um Gabinete de Apoio às Operações Regionais (GAOR), em Lisboa. Em comunicado, os trabalhadores da empresa consideram "urgente" averiguar a alegada ingerência do poder político na informação e alinhamentos noticiosos, frisando que não têm provas concretas de que ela ocorra. Depois do director da RTP/Açores, Pedro Bicudo, ter assegurado que não há pressão do poder político na empresa, nem há pedidos de demissão de chefias na televisão, hoje o chefe de redacção da estação pública também afirmou que nunca se sentiu pressionado, e como tal exige que quem lançou "falsas suspeitas" para a opinião pública prove o que disse. "Pretendo iniciar o processo dentro de dois ou três dias em defesa da minha honra e das pessoas que trabalham comigo", justificou Victor Alves, acrescentando que nunca se demitiu do cargo, apenas pediu transferência para a ilha Terceira, a 14 de Dezembro, por "motivos pessoais". Numa primeira reacção, o líder do PCP/Açores, Aníbal Pires confessou ficar "estupefacto" com a decisão do chefe de redacção da RTP, por entender que "não lhe fez um ataque directo, nem pessoal".
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