Vamos a ver se nos entendemos antes que apareçam por aí umas almas caridosas - daquelas que até parecem saídas de um "convento" - a pregar moral em toda a esquina onde se esfregam. Nunca fui adepto de Luís Filipe Menezes, acheio-o um aventureirista, ambicioso, que chegou ao poder, leia-se à liderança do PSD, à custa de um desgaste oposicionista interno (do qual curiosamente depois se queixou...) e da manipulação do partido, graças à capacidade de mobilização de um determinado sector do PSD (então mais interessado na sobrevivência e na continuidade nos lugares), que funcionou de forma corporativista, julgando que estava a resolver um problema, quando na realidade estava a criar um embuste do tamanho do mundo. Portanto, ressalvado este aspecto, gostaria de reafirmar - repito, de reafirmar - tudo o que neste espaço disse sobre o processo que envolveu Alberto João Jardim e a alegada corrida à liderança do PSD nacional, incluindo todas as referências a Santana Lopes, que se revelou nas "directas" o maior bluff de que há memória. Como continuo a responsabilizá-lo, por causa de graves erros políticos de palmatória - desde o alegado "fim da crise" ao estilo da remodelação governamental pretendida, etc - pelo desaire eleitoral do PSD em Fevereiro de 2005, nada me faz mudar de opinião. Mais recentemente, assisti a uma guerra elitista de três galos para o poleiro, cada qual com os seus interesses, cada um deles ligados a facções, todos eles dividindo ainda mais um partido que precisa de estar unido. Mas sobretudo um partido que precisa de estar crente. Quando passado um Congresso que dotou o PSD dos órgãos dirigentes necessários, vemos as pessoas caídas num silêncio e numa inércia que espanta qualquer um, quando vemos uma crise a ameaçar as pessoas e as empresas, quando as dificuldades são crescentes, quando aumenta o crédito mal parado, quando as famílias cada vez mais têm menos dinheiro, quando sobem as hipotecas bancárias ou execuções fiscais, quando cada vez mais temos a noção de um país vulnerável, envolvido em negociatas com países estrangeiros como última tábua de salvação das suas contas no final do ano, quando já nos avisaram que 2008 será mau e que 2009 será ainda pior, quando temos a consciência que o governo socialista e o PS estão em queda de popularidade, quando é indisfarçável algum desespero nalguns ministérios, pela ineficácia das medidas, quando a violência social aumenta, em grande medida associada ao desemprego crescente, quando as empresas estão a falir a um ritmo acelerado, quando o governo socialista não baixa o ISP (que outros exigem noutras latitudes...), não baixa os impostos (que outros reclamam noutras bandas...), limitando-se a uma baixa simbólica (porque gostem ou não é disso que se trata) do IVA - que ainda por cima a Comissão Europeia já avisou que alguém (quem será? adivinhem lá?) vai ter que pagar esta natural redução das receitas daí resultante!... - quando depois de tudo isto vemos serem publicadas sondagens em que o PSD sobe - coisa linda! - mas não evita que o PS também suba - coisa péssima! - que outra reacção pode uma alma pecadora como a minha ter senão a de dar expressão à sua frustração? Mas pensam porventura que eu aturo os "fazedores de opinião" das televisões, todos pró-Manuela Ferreira Leite (até ver, meus amigos, até ver...), que não podem desdizer o que andaram a dizer, que em nada ajudam a unir o que está desunido e desavindo, que não representam mais-valia eleitoral nenhuma porque não ganham eleições? Nada disso. Quando for o momento de agir, caso o descalabro se mantenha, serão naturalmente passados à "frigideira", porque o PSD não pode ficar refém de elitismos tontos ou deixar-se condicionar por manipuladores saloios. Porque os factos - e dou grande credibilidade e seriedade aos técnicos da Marktest que mantêm mensalmente um barómetro político que é referência - é que contam, ou seja, os resultados de sondagem, quer as pessoas as valorizem ou ridicularizem, quase sempre em função da tendência dos resultados apurados. E os factos são estes:
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