terça-feira, julho 22, 2008

Mais 63% de falências de empresas em 2007...

Quase quatro mil empresas entraram em processo de insolvência no ano passado, um número que representa um aumento de 63% em relação ao ano anterior e é para já o mais alto da década. A indústria transformadora e o distrito do Porto são os mais afectados. A crise e a lei que acelera os processos das insolvências são os dois factores apontados para este triste recorde. O conjunto das insolvências inclui os processos requeridos pelos credores, os planos de recuperação de empresas e as insolvências declaradas e apresentadas. Os números foram recolhidos pela consultora Coface, citada pelo Diário de Notícias.A crise económica é um dos factores apontados para o disparar das falências, embora alguns analistas vejam na lei das insolvências aprovada em 2004, que reduziu os prazos, outra causa do aumento dos requerimentos de insolvência. O distrito do Porto é o mais afectado, com mais de um quarto das insolvências de 2007. Lisboa, Braga e Aveiro são os distritos que se seguem.O sector da construção, com 359 insolvências requeridas em 2007, é o segundo do top das falências, só abaixo da indústria transformadora, que no ano passado viu serem requeridas 412 insolvências. Outros dois sectores onde os requerimentos de insolvências se fizeram sentir com maior incidência foram o do comércio por grosso (273) e o do comércio a retalho (181), em ambos os casos mais do dobro das insolvências requeridas em 2006. O emprego também desceu no comércio, apesar do número de licenças para novos espaços comerciais ter duplicado em 2006. A Confederação do Comércio de Portugal estima que são eliminados quatro postos de trabalho por cada um que é criado. Num estudo que encomendou à Universidade Católica, a CCP ficou a saber que Portugal combina o PIB per capita mais baixo da União Europeia com a densidade comercial mais alta. Também recentemente ficamos a saber que "no ano passado (2007) faliram duas vezes mais pequenas e médias empresas, em Portugal, do que no ano anterior, anunciou a Associação Nacional de Pequenas e Médias Empresas. Foram cerca de 50 mil, as encerradas no ano passado, tendo 18 520 aberto falência, sendo 80 por cento delas, do sector do comércio e serviços. Entre Agosto de 2007 e Fevereiro deste ano já encerraram 12 830, atirando mais 50 mil trabalhadores para o desemprego. Destes, 30 mil desempenhavam funções em micro-empresas, 15 800, em pequenas e 3 900 em médias. Actualmente, existem 264 mil PME’s em Portugal, com uma empregabilidade média de 10,6 trabalhadores".

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