terça-feira, junho 10, 2008

Respeitar as pessoas, não confundir tudo com política

Quando me contaram não acreditei. Não tive oportunidade de ver o noticiário na RTP da Madeira, porque tive reunião da Comissão Política Regional do PSD, mas à noite, na repetição confirmei. O PND não encontrou mais nada com interesse para abordar nas suas acções de campanha que levar os jornalistas para frente da casa do deputado do PT, João Isidoro denunciar alegadas ilegalidades? Não se trata de defender a ilegalidade, porque acho que os políticos devem ser os primeiros a dar o exemplo no cumprimento de todas as suas obrigações, sejam elas quais forem, para que possam apresentar-se perante os eleitores com a consciência tranquila e a cara levantada. O que estamos a falar é da lógica das coisas, do oportunismo subjacente a tudo isto, na medida em que o PND sabia – disseram-me que o jornal "Garajau" já tinha dado notícia disso notícia – que existe um processo de contencioso a decorrer em relação ao qual, naturalmente, terá que haver um desfecho. Não vou comentar, não quero, nem devo, os factos em si, porque desconheço o processo nem considero que seja matéria que me diga respeito. Como não admiti insinuações que no passado, não há muito, fizeram em, relação a projectos de familiares meus, uns resolvidos, outros sistematicamente atirados para o fim da gaveta ou por atitudes persecutórias de uns gajos que depois andam por aí armados em ”anjinhos” com o rabo escondido, ou por cedências a ramificações familiares terceiras que “empatam” ou condicionam as decisões. Como sei tudo isso, acho que tenho posso recomendar a alguma pessoas que tenham todo o cuidado e que tenham sempre presente aquela máxima de que “à mulher de César não basta parecer séria, tem, que ser séria”. Parece-me mais do que óbvio que o PND tarda em perceber que há uma diferença entre as ideias que supostamente alguns mais inteligentes que eu e a maioria das pessoas julgam que lhes dão votos, e aquilo que as pessoas pensam de tudo isto, mesmo que achem piada. Nos tempos que correm, lamentavelmente, até a piada tem cada vez menos espaço. Hoje os madeirenses, tal como os portugueses e os europeus, têm outras prioridades que pouco lhes dá vontade para rir. É nessas que o PND deve falar. Nas necessidades quotidianas das pessoas, nas dificuldades que crescem para os mais pobres, nas ameaças de agravamento da economia, na ameaça para o emprego, na ameaça para a continuidade das empresas, etc. Fazer o que foi hoje feito, e esta é a minha opinião, foi despropositado e eticamente errado e desonesto, porque nunca vi semelhante coisa no passado envolvendo políticos, da maioria ou da oposição com contenciosos por resolver. Se há um contencioso – eu apenas ouvi o deputado do PT dizer, não sei se há ou não – então porque não falam, já que acham que devem falar disto, depois de uma decisão que, a confirmar-se a existência de ilegalidade, nunca poderá ser favorável ao prevaricador que, sendo ou não deputado, vai ter que cumprir a lei, como qualquer outro cidadão faz. Há dias, já que alguns gostam tanto de falar do passado das pessoas, até do percurso familiar e da sorte de uns ou da desventura mais ou menos dramática de outros, tomei por diversas vezes a iniciativa de manifestar total discordância com tudo o que seja envolver questões pessoais ou familiares com política. Não se pode denegrir um determinado deputado por causa trazendo para a discussão aspectos pessoais ou familiares, que nada têm a ver com o debate político e que não podem ser confundidas Não só porque acho eticamente deplorável, mas porque sob o ponto de vista humano há que respeitar a dignidade dos vivos e a memória dos mortos.

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