O DN de Lisboa, num texto da jornalista e correspodnente no Funchal, Lilia Bernardes, fala hoje na suspeita de uma situação de "Carrossel do IVA" via Madeira": "O Estado português poderá estar a ser penalizado em muitos milhões de euros por fraude no IVA, chamada operação carrossel do IVA praticado por uma rede internacional que faz a triangulação entre o Continente, Madeira e África. "Há indícios muito fortes de que empresas localizadas na Madeira, algumas com sede fora da região, estejam envolvidas neste tipo de fraude, beneficiando até do diferencial dos vários escalões de IVA entre o território nacional e a Região Autónoma da Madeira [4% Madeira - 5% nacional ; 8% Madeira - 12% nacional; 15% Madeira - 21% nacional]", disse ao DN fonte do Ministério Público. Esta acrescenta que à mesmo indícios de "imputação à região de vendas fictícias, quando o produto nem sai do Continente ou é exportado para países de África". O DN soube que, sobre esta matéria, estão em curso vários processos de investigação no âmbito da tributação fiscal, envolvendo a comercialização alegadamente fictícia de produtos alimentares e de medicamentos, numa possível triangulação de empresas do Continente, Madeira e África. A fraude de carrossel na medida em que envolve intermediários, e sempre no mínimo três intervenientes, torna a investigação e a produção de provas em tribunal bastante complexa. Como exemplo, neste caso mais simples, o terceiro interveniente pode sempre alegar em tribunal que desconhece quem passou as facturas falsas, ou seja, o primeiro interveniente que desencadeou o processo deste crime fiscal, a passagem da factura. Mas normalmente a situação é bem mais complexa e quase sempre se desenrola com ligações supranacionais com recurso à utilização das instituições bancárias que colocam o dinheiro proveniente destas operações em paraísos fiscais. Neste âmbito, há investigações que não estão enquadradas na "Operação Furacão", refere outra fonte conhecedora do processo".
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