domingo, maio 18, 2008

O "desce" de Bernardo Trindade

Reparei que o madeirense Bernardo Trindade, pelo simples facto de ter inaugurado no Algarve uma unidade hoteleira que pertence ao grupo liderado pelo seu pai, o empresário António Trindade, tem sido alvo de algumas críticas que considero desajustadas e injustas. O DN de Lisboa foi o primeiro a noticiar que “Pinho mandou Bernardo inaugurar o hotel do pai” como se fosse isso a notícia e não a entrada em funcionasmento de um hotel que vai valorizar aquela região. A intencionalidade subjacente é inquestionável. Depois, na tentativa de “descodificarem” o discurso de António Trindade, foi ver o ”Correio da Manhã”, com o puritanismo que por vezes o caracteriza, noticiar que “Pai de Trindade pede-lhe ajuda”. Mas afinal o que se passou? Durante o acto público de inauguração do hotel - Bernardo Trindade, titular da apetecida pasta do Turismo presidiu ao acto em representação do Ministro da Economia - António Trindade, lembrou que espera há alguns anos que seja desbloqueado um processo, que se encontra na Câmara de Lisboa, relativo à construção de mais um hotel na Avenida da Liberdade e nessa perspectiva pediu a colaboração do secretário de Estado que obviamente se terá disponibilizado para ver o que se passava. Eu não entendo esta polémica, ou melhor - tal como ontem referi quando recordei as campanha que foram feitas há muitos anos atrás contra o madeirense e também secretário de Estado do Turismo, Baltazar Gonçalves – entendo-a porque sei que tem a ver com a origem do actual titular do cargo, já que são muitos os interessados no ”osso” do turismo. Hoje por mero acaso li na revista “Sábado”, na rubrica “sobe e desce” uma referência crítica e imerecida a Trindade: “o Secretário de Estado do Turismo inaugurou um hotel, do pai, ouviu um pedido de ajuda do pai e disse que ia resolver o problema do pai. Manuel Pinho acha tudo “natural”. Os filhos servem mesmo para estas coisas”. Sinceramente acho que se confunde tudo e que este comentário infeliz revela, também, uma atitude persecutória que tem a ver com o facto de Trindade ser da Madeira. Recordo que quando o ministro da Economia esteve na mó de baixo – se é que alguma vez de lá saíu - falou-se que Trindade poderia dar um salto para um Ministério do Turismo e Desporto que depois ficou pelo caminho porque, como é sabido, Sócrates não demite ministros sob pressão e muito menos a pedido. Conheço Bernardo Trindade há muitos anos, sabemos que pensamos de forma diferente por estarmos em partidos diferentes, mas pautamos a nossa relação de amizade pelo respeito e por não confundir as coisas. Bernardo Trindade é uma pessoa séria, que conhece o sector e que tem mostrado, uma capacidade de resposta para os desafios mais exigentes de um sector que continua a ser dos mais importantes da economia portuguesa e regional. António Trindade é um empresário sério que naturalmente, tal como fazem os empresários (já agora, quantos empresários, mesmo ligados ao PSD da Madeira, mas com negócios noutras paragens, mantêm relações com poderes políticos que nada têm a ver com o PSD?), tudo faz para defender o seu negócio incluindo ultrapassar obstáculos que impedem a concretização de investimentos. Não me parece, por isso que exista razão para este tipo de campanha contra Bernardo Trindade a quem se exige que continue a pugnar pelo sector que tutela, garantindo resposta e apoios – no caso do Porto Santo alguns deles foram importantes para a concretização de empreendimentos que ali foram edificados ou estão a ser construídos – indiferente, ignorando preferencialmente, estes pequenas “picardias”. E se António Trindade em vez de pedir publicamente a Bernardo Trindade, o seu apoio na resolução de um problema com vários anos – Bernardo que, naquele momento e naquele acto, era e não podia deixar de o ser, o secretário de Estado – o tivesse feito particularmente? Qual era o problema?

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