terça-feira, maio 27, 2008

ANAM gera apetites...

Há uns meses atrás falei aqui, neste espaço, em estranhas movimentações em torno da ANAM, inseridas no quadro dos apetites privatizadores que em Lisboa cercam a ANA. Numa Região onde os transportes aéreos, e portanto os aeroportos, são uma questão estratégica essencial, acho estranho que andem por aí algumas histerias em torno da ANAM, com a particularidade - ao que me consta - de tentaram agora até questionar Duarte Ferreira, pessoa de reconhecida competência, que há muitos anos está ligado ao aeroporto da Madeira, que é na Região das poucas, se não mesmo a única personalidade abalizada para abordar esta temática. Aliás, sobre a liberalização do espaço aéreo, que eu saiba, o pedido partiu da região, tendo Lisboa formalizado o mesmo junto de Bruxelas, já que a Madeira não o pode fazer directamente. O problema foi que a liberalização (que eu continuo a dizer que é boa para a Madeira e para o seu turismo, mas que deveria ter sido dissociada do "serviço público" a que a transportadora nacional estava obrigada), fez-se apressadamente, sem a garantia de concorrência entre empresas, gerando o absurdo não só do Estado poupar cerca de 43 a 48 milhões de euros anuais (o diferencial entre os actuais 60 euros e a anterior tarifa de residente e de estudante) mas de ter gerado a institucionalização, de facto, de uma situação de monopólio. Desconheço se existe alguma ligação entre esta alegada "golpada" em relação à privatização da ANAM e a liberalização. Mas quanto à competência de Duarte Ferreira, mesmo que ele possa ser um obstáculo a determinados projectos empresariais que por aí andam, acho que o Governo Regional tem o dever, a obrigação, de defender pessoas que já deram provas de competência e de lealdade, independentemente dos apetites vorazes e selvagens que por aí andam. A gente depois fala. Conheço há muitos anos Duarte Ferreira, tenho por ele toda a consideração pessoal, respeito e amizade, suficientes para não duvidar que vai continuar a ser um alvo destes esfomeados que quando lhes interessa descobrem "virtudes" em certas privatizações que depois são suportadas pelo erário público.

Sem comentários:

Enviar um comentário