ANAM gera apetites...
Há uns meses atrás falei aqui, neste espaço, em estranhas movimentações em torno da ANAM, inseridas no quadro dos apetites privatizadores que em Lisboa cercam a ANA. Numa Região onde os transportes aéreos, e portanto os aeroportos, são uma questão estratégica essencial, acho estranho que andem por aí algumas histerias em torno da ANAM, com a particularidade - ao que me consta - de tentaram agora até questionar Duarte Ferreira, pessoa de reconhecida competência, que há muitos anos está ligado ao aeroporto da Madeira, que é na Região das poucas, se não mesmo a única personalidade abalizada para abordar esta temática. Aliás, sobre a liberalização do espaço aéreo, que eu saiba, o pedido partiu da região, tendo Lisboa formalizado o mesmo junto de Bruxelas, já que a Madeira não o pode fazer directamente. O problema foi que a liberalização (que eu continuo a dizer que é boa para a Madeira e para o seu turismo, mas que deveria ter sido dissociada do "serviço público" a que a transportadora nacional estava obrigada), fez-se apressadamente, sem a garantia de concorrência entre empresas, gerando o absurdo não só do Estado poupar cerca de 43 a 48 milhões de euros anuais (o diferencial entre os actuais 60 euros e a anterior tarifa de residente e de estudante) mas de ter gerado a institucionalização, de facto, de uma situação de monopólio. Desconheço se existe alguma ligação entre esta alegada "golpada" em relação à privatização da ANAM e a liberalização. Mas quanto à competência de Duarte Ferreira, mesmo que ele possa ser um obstáculo a determinados projectos empresariais que por aí andam, acho que o Governo Regional tem o dever, a obrigação, de defender pessoas que já deram provas de competência e de lealdade, independentemente dos apetites vorazes e selvagens que por aí andam. A gente depois fala. Conheço há muitos anos Duarte Ferreira, tenho por ele toda a consideração pessoal, respeito e amizade, suficientes para não duvidar que vai continuar a ser um alvo destes esfomeados que quando lhes interessa descobrem "virtudes" em certas privatizações que depois são suportadas pelo erário público.
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