domingo, janeiro 27, 2008

O aviso (II)...

Deixo-vos uma história factual, que fundamenta as causas da minha desconfiança em relação a manutenção de determinados modelos funcionais nas estruturas governativas, emanadas delas próprias, até porque, sendo eu um político, entendo que em determinadas circunstâncias, a continuidade de determinados sistemas é desaconselhável, porque muitas vezes essa continuidade limita-se a garantir a sobrevivência de vícios, de acomodamentos, de ineficácia, de incompetência e mesmo de posturas indevidas.
Eu não vou falar em nomes mas há uns anos, ainda o governo regional dava os seus primeiros e tímidos passos, falei com uma pessoa (G) com responsabilidades na altura e disse-lhe que muitas pessoas sustentavam que ele teria que ser substituído porque revelava sinais de fraqueza perante as corporações classistas e que teria que optar por outra postura, até para garantir a eficácia do seu gabinete e do departamento governamental, que liderava. A resposta, que me surpreendeu, foi a de que não se envolveria em confusões classistas, porque sendo hoje deterem, nadas responsabilidades políticas, amanhã não sabia o que lhe aconteceria, pelo que quando isso deixasse de acontecer, ele voltaria para o seu meio profissional, para as tais corporações que aparentemente o boicotavam ou fabricavam resistências organizadas, pelo que se as enfrentasse e decidisse fosse o que fosse contra elas, o ajuste de contas seria inevitável. E, pior do que isso, o isolamento a que seria vedado pelos seus pares. Será que ainda preciso de acrescentar mais alguma coisa? Das duas uma: ou aceitar responsabilidades políticas e actua em função das exigências que daí resultam, ou pura e simplesmente, recusa e opta por ficar sossegado entre os seus pares.

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