quarta-feira, outubro 24, 2007

Corrupção, responsabilidade e verdade

Eu acho quer o tema da corrupção, e não estou a dizer nenhuma novidade, é sempre uma questão melindrosa que suscita imensa manipulação e polémica e que pode descambar para situações perfeitamente absurdas. Eu penso que, aos poucos, há uma consciencialização junto da opinião pública, para a necessidade de se olhar para estas questões com coragem, verdade e com seriedade. Todas as acusações feitas, seja a quem for, terão que ser provadas, não podemos cair num clima de suspeição e de manipulação, em que todos são corruptos. O que lamento é que se procure partidarizar esta matéria, como se os "sérios" estivessem sempre e só de um lado, pelo simples facto de serem da oposição, e os bandidos e corruptos sejam todos os outros, os que estão do outro lado, porque são do PSD. Existem porventura situações que nem são de corrupção clara e que não podem ser misturadas com actos que, a se comprovarem, obviamente que terão que ter o tratamento adequado. Ninguém nos leva a sério se afirmarmos que não há corrupção? Evidentemente. Há que provar, há que introduzir a verdade e os factos nesta história toda. Penso que existem situações que terão que se provadas, até pela gravidade das insinuações. A auditoria à CMF cruza-se com o dossier feito pelo PS com base em notícias da comunicação social, mas de concreto nada se sabe, ninguém sabe de nada ou prova seja o que for. O que é que está por provar? O que é que já foi provado? Quem foi acusado judicialmente? Quem foi constituído arguido? Que provas foram apresentadas para cada caso? A opinião pública madeirense quer é saber respostas a tudo isto. Nada mais. De facto, quem acusa sem fundamentos e sem provas, se não conseguir provar o que diz, terá que assumir as suas responsabilidades. Acho um exagero que, por causa de uma deliberada partidarização do debate - e apenas por questões políticas e até por revanchismos ou ajustes de contas pessoais - se envolva o Presidente do Governo na discussão, responsabilizando-o (politicamente?) pelas alegadas situações irregulares, só porque Alberto João Jardim afirmou, e considero que bem, que quem o acusar seja do que for (falava-se das denúncias de corrupção no seu regresso do estrangeiro) será alvo de um processo judicial para que prove o que diz. Qual é o mal disto? Não será que uma pessoa, qualquer que ela seja e de que partido for, tem direito à chamada presunção da inocência até que seja julgado e a sentença transite em julgado? Ou baste um indivíduo qualquer acordar mal disposto e resolver que vai acusar de corrupto A, B ou C e logo se vê? Não. Pensemos com alguma tranquilidade de espírito, despidos de preconceitos ou de intencionalidades manipuladoras (LFM)

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