Depósitos no interior, crédito no litoral

O INE contabilizava em 2004 um total de 139 mil milhões de euros de depósitos nos bancos existentes em território nacional. O crédito concedido por estas entidades perfazia então 248 mil milhões de euros. O saldo era por isso negativo em mais de 109 mil milhões de euros. Regionalmente, este saldo é positivo nos concelhos do interior do país (em 186 dos 308 concelhos do país) e negativo nos concelhos do litoral (122), o que significa que nos primeiros os depósitos excedem o crédito e nos segundos este supera aquele. Tendo em conta que o negócio dos bancos passa em grande medida pela concessão de crédito, a situação é-lhes por isso mais favorável nos concelhos do litoral. Basta observar que nos concelhos com saldo de depósitos positivo este valor é inferior em 15 vezes ao saldo observado nos restantes concelhos

O concelho de Lisboa sozinho representa 27.7% do total de depósitos e 42.9% do crédito concedido. Funchal ocupa o segundo lugar, com 10.6% dos depósitos e 11.1% do crédito. Juntos, estes dois concelhos representam 38.3% dos depósitos e 54.1% do crédito, o que constitui um indicador muito relevante do peso que estes dois concelhos têm no mercado bancário. O Porto é o terceiro concelho mais importante, representando 6.3% dos depósitos e 6.9% do crédito e Sintra ocupa a quarta posição, com 1.6% dos depósitos e 1.7% do crédito. O crédito à habitação representa, globalmente, 27.9% do total de crédito concedido pelos bancos, mas em 30 concelhos do país ele representa mais de dois terços dos montantes globais. Em Constância chega a representar 92.8% e em Vila Nova da Barquinha 89% do crédito concedido no concelho. Pelo contrário, no Funchal não representa mais de 3.6% e em Lisboa não excede os 13.3% (Fonte: Marktet, Julho de 2007)