segunda-feira, junho 11, 2007

Madeira: PS com nova liderança (III)

Que fique claro, de uma vez por todas: eu acho que João Carlos Gouveia nunca poderia ser, em situações normais, o líder do PS madeirense, nem obviamente creio que venha a ser o candidato socialista à presidência do governo regional nas eleições regionais de 2011. Será sempre uma alternativa de transição, que dificilmente trará mais-valias assinaláveis ao PS local, por razões (internas) que não me competem a mim descodificar, mas, para já, ele impede um vazio de poder e, mais do que isso, impede que certos barões habituados a comandar o PS de fora, sem nunca se colocarem dentro para que não partilhem derrotas, tenham sequer a veleidade de pretender continuar a fazê-lo. Creio mesmo que a sua candidatura começou como uma resposta pessoal a Cardoso – no retomar de uma disputa havida no passado – mas que acabou por ficar sozinho, dadas as desistências ou ameaças que nunca passaram disso. Mas quando se trata de moralidade, quando se trata de discutir responsabilidades pelo fracasso do PS, quando se trata de apontar o dedo a culpados pela estratégia que levou o PS madeirense quase ao fundo, creio que Maximiano Martins será o último a poder falar, porque será sempre dos primeiros, senão mesmo o primeiro responsável pela derrota. Daí a resposta, que eu considero adequada, de Gouveia, porque ela pode reflectir – não tenho indicadores seguros que me permitam afirmar isso, apenas a suspeição – o sentir das bases do PS que certamente não terá memória curta. Não se trata de “queimar” Gouveia – ele sabe que não sou desses – até porque o PS não precisa de vazio de poder, nem sequer de esperar sentado por um hipotético D. Sebastião que um dia virá por entre as brumas. Gouveia pelo menos deu a cara, mesmo sabendo que dificilmente deixa de poder ser considerado uma solução de recurso e transitória. Mas legitimidade é coisa que ninguém pode duvidar que lhe assista.

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