Seis dias depois de tomar posse, Alberto João Jardim vai a Belém para uma anunciada reunião a 25 de Junho com Cavaco Silva, na qual muita gente deposita muita esperança. Eu não. Mesmo que me façam mudar de opinião, e que um dia me vejam afirmar que Cavaco Silva apoia Jardim e que é um adepto ferveroso ou entusiástico da Autonomia madeirense, a verdade é que o problema essencial da região e do Governo regional não tem necessariamente nada a vem com Cavaco, mesmo que possa passar por Belém, mas antes com o Governo socialista de Lisboa e com Sócrates, em particular. E não creio que o primeiro-ministro, pelo menos nos tempos mais próximos, possa mudar o seu comportamento ou dar instruções ao governo de Lisboa para ter uma outra atitude em relação à Madeira e a Jardim, apenas por um mero ”toque” do Presidente. Julgo que a reunião de 25 de Junho deve ser vista como o princípio de uma longa caminhada, da qual terão que resultar decisões em concreto, até porque não duvido que os mais de 90 mil madeirenses que votaram em Jardim (e no PSD) quiseram atribuir ao Presidente do Governo a legitimidade política para resolver a crise institucional que existe entre a Madeira e o Estado. Mas não sei, se isso não acontecer, quais os efeitos políticos que daí possa resultar. Por isso, não especulo em torno da audiência com Cavaco, nem sequer faço projecções sobre o que da mesma poderá resultar, ou não, em matéria de relações entre governos. Aguardo com expectativa, desconfiado mas, confesso também, pouco crente. Pelo menos por enquanto...
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