Nota
Muitas vezes a política comporta em si, opções mal tomadas, erros desnecessariamente assumidos. Uma coisa é a liberdade da opção que ninguém questiona, outra coisa é a eficácia e a lógica da decisão. Eu tenho a liberdade de concordar, a mesma liberdade que reclamo para discordar. Posso não dizê-lo publicamente, sei que por vezes devo não fazê-lo, mas isso não significa que seja obrigado a ter que dizer que o céu é verde quando todos sabemos que ele é azul. Poderia dizer que me estou a borrifar para o que foi feito hoje e para o que possa acontecer no futuro. Estaria a ser injusto comigo próprio e hipócrita, que é coisa que recuso. E lembrar que há sempre uma causa e um efeito, que estão directamente relacionados entre si. Continuo a pensar hoje exactamente da mesma forma que pensava há duas semanas, mas não sei se pensarei de igual modo daqui a duas semanas. As conjunturas valem o que valem, a memória dos homens é sempre curta, a gestão dos acontecimentos deve ser feita de forma cuidada, porque ninguém é perfeito e dificilmente se conseguem esconder erros, contradições e suspeições.
Quando me lembro que em 2004, naquele que foi o ano que mais inaugurações registou, o PSD registou a sua pior votação nas regionais, assitindo à galopante subida das abstenções para os mais de 90 mil eleitores, acham que estou a querer brincar? Quando recordo que, entre de Outubro de 2004 e Fevereiro de 2005, o desfecho eleitoral regional foi substancialmente diferente, no curto espaço de quatro meses, acham que estou brincar com coisas sérias, a minimizar realidades incontestáveis que devem ser habilmente geridas ou a negar que o chamado eleitorado flutuante regional, que não se sente vinculado nem a partidos nem a pessoas, nem a ideologias, tem vindo a crescer de forma significativa?
Sem comentários:
Enviar um comentário