Hoje há documento novo do Vaticano
Eu não escondo, porque nunca escondi, que recordo com saudade João Paulo II. Fiz parte da comissão que tratou da sua visita à Madeira, mas sobretudo admirei a coragem de um homem que saiu do Vaticano e levou a Igreja ao Povo, aos cidadãos, não apenas aos fiéis, mas a todos os homens e mulheres, indiscriminadamente. Concorde-se ou não com tudo o que ele defendeu nos seus documento papais, a verdade é que tenho a sensação que a Igreja sente hoje um vazio pela sua partida. E tenho dificuldade, reconheço, em compreender às vezes o actual Papa Bento XVI. Há dias, por exemplo, fiquem a saber que o Sumo Pontífice vai divulgar hoje, um documento papal sobre a eucaristia, defendendo um maior "decoro e sobriedade" nas celebrações. Imaginem. Segundo a notícia, “a exortação apostólica de Bento XVI "Sacramentum Caritatis" propõe diversas reformas litúrgicas nas missas, como a recuperação do canto gregoriano ou a música polifónica clássica, de modo a que o seu uso seja mais generalizado na celebração das missas. O Sumo Pontífice pretende que sejam excluídas um conjunto de liberdades litúrgicas introduzidas à sombra da reforma conciliar do Vaticano II (1965), como as músicas de origem secular e os instrumentos "inadequados para o serviço litúrgico", o que significa dizer guitarras eléctricas e baterias, entre outros instrumentos. Mas a mais singular reforma da "Sacramentum Caritatis" é a solicitação papal para que o latim seja usado com maior frequência nas celebrações (na missa e outros actos litúrgicos), contrariando assim uma disposição do Vaticano II que determinou o uso das línguas vernáculas em todos os actos litúrgicos da Igreja Católica”.
Por amor de Deus, será que vamos andar para trás quando precisa (a Igreja) de desbravar caminhos com seriedade, serenidade, pragmatismo e com decoro, é certo, mas com o realismo de perceber que o Latim nas missa sé um absurdo.
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