
Por que decidimos fazer esta investigação - Nota da Direcção Editorial Há cerca de um mês que se avolumaram, na blogosfera, referências múltiplas, algumas delas entretanto reproduzidas em jornais ou citadas nas rádios, à forma como José Sócrates obtivera a sua licenciatura em Engenharia Civil.Para o PÚBLICO, o currículo académico de um político ou qualquer outra figura pública não é critério para o avaliar nem como pessoa, nem para saber se é ou não competente para exercer o cargo que ocupa. Grandes figuras políticas europeias - como Jacques Delors - não possuíam qualquer licenciatura. Na banca portuguesa, o presidente de um dos principais bancos privados e o vice-presidente doutro grande banco também não completaram a sua licenciatura. E, entre os seis membros da direcção do PÚBLICO, só um completou a licenciatura, e não é o director. Em contrapartida, para o PÚBLICO, é importante verificar se referências susceptíveis de colocar em dúvida a forma como o primeiro-ministro se licenciou merecem ser investigadas. Não para saber se merece ou não o título com que se apresenta, mas para verificar se agiu sempre de forma limpa, leal e legal. Era isso que os boatos que corriam um pouco por todo o lado punham em causa - e saber se um curso superior foi obtido ou não de forma limpa, clara e legal é fácil de provar. O resultado dessa investigação, assim como os passos dados pelo jornalista para recolher a informação aqui reunida, permite ao leitores ajuízarem sobre o que estava certo e o que estava errado no que se dizia à boca pequena, algo que só foi possível porque o próprio primeiro-ministro deu autorização para que consultássemos o seu processo individual na Universidade Independente. Desse processo apenas reproduzimos nestas páginas imagens das peças que considerámos mais relevantes, o que resultou da opção de não divulgar outros elementos do currículo escolar que não eram relevantes para esta investigação. Fizemo-lo por considerar que isso podia configurar uma intromissão na esfera privada de José Sócrates que nada acrescentava ao esclarecimento do que era relevante. Esta investigação permitiu já ao gabinete do primeiro-ministro corrigir um elemento do seu currículo que era disponibilizado no site oficial do Governo, o que em si mesmo é positivo.O PÚBLICO não dá à estampa boatos, mas não deve ignorar que eles existem e que a melhor forma de acabar com eles é confirmá-los ou infirmá-los. Foi isso que procurámos fazer, até ao limite do possível, com esta investigação".
O comunicado do Primeiro-Ministro
Perante as surpreendentes e extraordinárias dúvidas colocadas pelo jornalista do PÚBLICO sobre a minha licenciatura em Engenharia Civil, que concluí na Universidade Independente, tive oportunidade de prestar todos os esclarecimentos necessários e, por minha iniciativa, de o remeter para o meu processo individual na universidade, cujo acesso integral lhe facultei para que não restassem quaisquer dúvidas sobre a respectiva frequência e aproveitamento, que estão devidamente certificados.
Com efeito, o signatário submeteu àquela instituição universitária, devidamente reconhecida, o respectivo currículo académico anterior, que mereceu apreciação do conselho científico daquela universidade, nos termos da qual se determinou o plano de estudos necessário para a conclusão da supra referida licenciatura.
Assim foi feito - as disciplinas foram frequentadas, a avaliação feita, o aproveitamento obtido e os respectivos certificados passados. Nomes de professores foram dados, referências de colegas foram fornecidas. A tudo isto o jornalista teve acesso e, querendo, pode confirmar com total transparência.
Não posso, porém, deixar de me indignar com mais uma campanha de insinuações, suspeitas e boatos que me pretende atingir na minha honra e consideração e que, à semelhança de outras de triste memória, assume uma dimensão difamatória e caluniosa. E têm sempre a mesma natureza - são veiculadas pelos mesmos meios, sob o anonimato dos blogues ou por jornais de referência no sensacionalismo e no crime. E usam, também, o mesmo método, limitando-se a levantar suspeitas insidiosas com base em dados falsos.
É lamentável que se utilize a situação actual da Universidade Independente para se atingirem os seus antigos alunos e é particularmente lastimável que o jornal PÚBLICO se disponha a dar expressão e publicidade a este tipo de insinuações, quando lhe foram facultados os elementos mais do que suficientes para o esclarecimento da verdade.
Perante as surpreendentes e extraordinárias dúvidas colocadas pelo jornalista do PÚBLICO sobre a minha licenciatura em Engenharia Civil, que concluí na Universidade Independente, tive oportunidade de prestar todos os esclarecimentos necessários e, por minha iniciativa, de o remeter para o meu processo individual na universidade, cujo acesso integral lhe facultei para que não restassem quaisquer dúvidas sobre a respectiva frequência e aproveitamento, que estão devidamente certificados.
Com efeito, o signatário submeteu àquela instituição universitária, devidamente reconhecida, o respectivo currículo académico anterior, que mereceu apreciação do conselho científico daquela universidade, nos termos da qual se determinou o plano de estudos necessário para a conclusão da supra referida licenciatura.
Assim foi feito - as disciplinas foram frequentadas, a avaliação feita, o aproveitamento obtido e os respectivos certificados passados. Nomes de professores foram dados, referências de colegas foram fornecidas. A tudo isto o jornalista teve acesso e, querendo, pode confirmar com total transparência.
Não posso, porém, deixar de me indignar com mais uma campanha de insinuações, suspeitas e boatos que me pretende atingir na minha honra e consideração e que, à semelhança de outras de triste memória, assume uma dimensão difamatória e caluniosa. E têm sempre a mesma natureza - são veiculadas pelos mesmos meios, sob o anonimato dos blogues ou por jornais de referência no sensacionalismo e no crime. E usam, também, o mesmo método, limitando-se a levantar suspeitas insidiosas com base em dados falsos.
É lamentável que se utilize a situação actual da Universidade Independente para se atingirem os seus antigos alunos e é particularmente lastimável que o jornal PÚBLICO se disponha a dar expressão e publicidade a este tipo de insinuações, quando lhe foram facultados os elementos mais do que suficientes para o esclarecimento da verdade.
Fonte: Público
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