Portugal destaca-se
na Europa (e no mundo) pelo elevado nível de segurança que é percetível pelos
cidadãos ao caminharem sozinhos à noite, segundo revelam os dados da edição de
2025 do Global Safety Report, da Gallup. Portuga destaca-se na Europa (e no
mundo) pelo elevado nível de segurança que é percetível pelos cidadãos ao
caminharem sozinhos à noite, segundo revelam os dados da edição de 2025 do
Global Safety Report, da Gallup. De acordo com o relatório, 78% dos portugueses
sentem-se seguros a andar sozinhos à noite, uma valor idêntico ao registado em
países com a Argélia, República Checa, Alemanha, Irão, Ruanda ou Sérvia. Além
disso, Portugal apresenta um índice de lei e ordem de 88, situando-se entre os
países com maior sensação de segurança.
O relatório Gallup, que analisou a perceção de segurança de 145.170 adultos com 15 anos ou mais em 144 países e territórios, revela que a perceção global de segurança ao andar sozinho à noite é de 73%, o valor mais alto desde 2006, com um aumento de 13% na última década.
Na Europa, a Noruega lidera com 91%, seguida da Dinamarca e Kosovo, com 89%, enquanto Itália apresenta a menor perceção de segurança, com apenas 60%, atrás de países afetados por conflitos como a Ucrânia (62%), Nicarágua (63%), Mauritânia (64%) e Níger (67%). França posiciona-se na 56.ª posição mundial, com 73%, ficando atrás de Espanha (81%), Alemanha (78%) e Reino Unido (76%). Segundo os investigadores, “o paradoxo é notável: vivemos mais conflitos armados do que em qualquer altura desde a Segunda Guerra Mundial, e ainda assim mais pessoas dizem sentir-se seguras nas suas comunidades”.
Comparação
regional e global
A região Ásia-Pacífico apresenta o índice mais elevado de segurança percebida (79%), seguida da Europa Ocidental (77%) e do Oriente Médio e Norte de África (74%). Já a América Latina e o Caribe é a região onde os cidadãos se sentem menos seguros, com apenas 50% a afirmarem sentir-se protegidos à noite. O relatório destaca ainda que os países do antigo bloco soviético registaram um aumento de 34 pontos na perceção de segurança nos últimos 20 anos, atingindo 71%, o que poderá levar algumas nações a superar a América do Norte, atualmente com 72%.
Diferenças entre
género e segurança
O relatório Gallup evidencia também um fosso de género significativo: globalmente, 32% das mulheres dizem não se sentir seguras, contra 21% dos homens. Cinco dos dez países com maior desigualdade de perceção de segurança por género são membros da União Europeia. Itália regista a maior diferença na Europa, com 76% dos homens e apenas 44% das mulheres a sentirem-se seguras a andar sozinhos à noite. O estudo explica que “56% dos homicídios intencionais em que a vítima é mulher ou rapariga são cometidos por um parceiro íntimo ou familiar, comparativamente a 11% quando a vítima é homem”. Apesar de os homens serem mais vítimas de violência letal em público, a taxa de violência não letal é semelhante entre os géneros.
Perceção versus
realidade
O Global Peace Index, que combina perceção de segurança com indicadores como taxas de homicídio, crimes violentos, acesso a armas, terrorismo e instabilidade política, oferece uma imagem mais detalhada. Em muitos países europeus, a realidade é mais segura do que a perceção: a Alemanha, por exemplo, ocupa a 20.ª posição no Global Peace Index, mas apenas a 34.ª no índice de perceção. França apresenta uma perceção de segurança superior à realidade, estando em 56.ª posição no Gallup, mas 74.ª no Global Peace Index (Executive Digest, texto do jornalista Paulo Gonçalves)

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