domingo, setembro 28, 2008

Futebol: lembram-se de Vitor Baptista? (III)

Quando o jogador morreu, em 1999, na miséria, e na absoluta pobreza, solidão e abandono, um jornal de Setúbal fez esta homenagem: "O "rapaz do brinco", como era conhecido nos seus tempos de futebol, morreu aos 50 anos, na sequência de um acidente vascular cerebral. A morte de Vítor Baptista foi confirmada pelo director do Hospital Distrital de Setúbal, ás 11.20 da manhã de 1 de Janeiro, depois do antigo jogador ter dado entrada nos serviços de urgência, na noite anterior, já em estado de coma. Vítor Baptista, um dos jogadores mais polémicos de sempre, pela sua personalidade indisciplinada, foi a enterrar no dia 2 de Janeiro, no cemitério de Algeruz, em Setúbal. A acompanhar a cerimónia estiveram dezenas de setubalenses e diversas personalidades ligadas ao Vitória e ao Boavista (onde jogou por várias épocas), para além de José Manuel Antunes, vice-presidente do Benfica para as modalidades, em representação da direcção do clube onde o antigo jogador obteve mais notoriedade. E por ser considerado por todos, um dos maiores craques de futebol de sempre em Portugal, depois de Eusébio, todos os jogos da Primeira Divisão começaram com um minuto de silêncio em memória do antigo jogador. Vítor Baptista morreu cerca de 20 anos depois de um futuro desfeito por causa da droga, um vício que adquiriu em pleno auge da carreira quando já todos lhe chamavam "pés de ouro". Um título a que o jovem, saído de uma família pobre de um bairro típico de Setúbal acabou por não fazer justiça, já que a subida fulgurante acabou em queda prematura. Depois da glória internacional, os últimos anos da vida de Vítor Baptista foram passados na pobreza, ganhando a vida como coveiro num cemitério de Setúbal e conquistando a fama de marginal, pelas inúmeras incursões ao mundo da droga, que lhe valeram diversas penas de cadeia e várias tentativas de desintoxicação. O ponta de lança setubalense começou a sua carreira futebolística aos 15 anos, no Vitória de Setúbal, de onde saiu em 1971, para ingressar no Benfica, onde cumpriu seis temporadas. Do Benfica à Selecção Nacional foi um passo, tendo representado Portugal em 11 partidas. Na época de 1978/79 regressou ao Vitória de Setúbal e, a partir daí, passou por diversos clubes locais, como o Amora o Montijo e o Estrelas do Faralhão, onde exerceu também a função de treinador. Mas o seu feitio rebelde não lhe permitiu ficar muito tempo no mesmo clube, pelo que pouco tempo depois acabaria no desemprego. Mas apesar de todos os 'percalços' pessoais, Setúbal continua a vê-lo como um vencedor através das fotografias dos anos 70 e das memórias inscritas nas prateleiras da Sala de Troféus do Vitória de Setúbal, de jogos e galardões que Vítor Baptista ajudou o clube do Bonfim a ganhar".

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